domingo, 23 de janeiro de 2011

Intrafobia ou terrores da humanidade.

Na mitologia grega, Fobos é um dos filhos de Ares e Afrodite, simbolizava o temor e acompanhava seu pai nos campos de batalha. Seu objetivo era impingir nos adversários a covardia e o medo, fazendo-os fugir. Fobia (do Grego φόβος "medo"), pode ser definida como temor ou aversão exagerada ante situações, pessoas, lugares, objetos. No Brasil, especialmente, o termo é usado indiscriminadamente.

Certo tempo atrás, assistindo um reality show, a partir de um diálogo aparentemente de afirmação de posturas, me deparei com um discurso velado, dando mostras de um tipo de comportamento que poderia classificar como outro tipo de fobia, a fobia para dentro. Sem nos perdermos em delongas sociológicas, sabemos que há uma tendência gregária (vá ao Aurélio) em sujeitos marginalizados. Para fins de defesa ou sobrevivência, sujeitos marginalizados ou em situações de risco, formam um grupo que, para com os de fora, assume uma bandeira comum, dando a falsa impressão que são todos iguais. Em momentos de descuido ou aparente tranqüilidade, como os eclipses, com um pouco de atenção, é possível perceber que a exigência legitima com os de fora, não é seguida a risca com os de dentro.

Políticas e discursos à parte, a verdade é que o diferente nos assusta, nos apavora, nos ameaça. Somos capazes perfeitamente de assumir bandeiras e causas em campos de batalhas de forma corajosa e aguerrida e, corremos sem nenhum pudor das bandeiras e causas internas, com os que, pelo menos por um momento, são nossos iguais.

Intrafobia, para medir palavras, é o reconhecimento de que no fundo (por mais difícil que isso possa parecer para muitos)somos todos iguais, humanos, independentemente de nossas etiquetas, demasiadamente humanos.


- O horizonte está nos olhos, não na realidade!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Essa tal de Tecnologia....

- Tá triste Chico, disse o José ao seu amigo durante a folga na fábrica. Comendo um sanduíche de mortadela, meio sem fome.

Chico responde:
- É essa tal de internet, tá me tirando do sério. Olha só, não faz uma semana que fiz o tal email e os caras já começaram a descobrir uma série de coisas sobre mim. Um dia recebo um email dizendo: Emagreça sem fazer força. Falei ora sô, como esses caras descobriram minha barriguinha.? Noutra semana, recebo outro email, Sr. Francisco, torne-se elegante. Ora, sou pobre, mas sou limpinho, me visto direito sô. Agora, ontem a noite foi a gota d’água. Mandaram outro email, agora a coisa foi séria: aumente seu pênis! Isso abalou meu casamento. Como é que vão descobrir isso? Com certeza, Mariazinha deu com a língua nos dentes.

- Isso não é nada rapaz. Tô 5 dias sem dormir direito. Recebi um email de um tal de Carlos querendo uma amizade comigo num tal de face. E o pior é que o cara é descarado. Mandou eu curtir no perfil dele. Onde já se viu isso rapaz?!!!

É, essa tal de tecnologia.....

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Deus Pródigo...

Vira e mexe, diante de catástrofes, surgem tentativas para justificar sua ocorrência do ponto de vista religioso, seja para apontar aonde os homens pecaram, seja para justificar a ação ou silêncio de Deus.

Na verdade, não há muito para falar sobre Deus e o que Ele pensa no momento, saiu para uma viagem e estamos aguardando seu retorno. Não sabemos os motivos de sua viagem, de sua ausência, estava tudo tão bem em casa, tudo no lugar... pelo menos é assim que pensávamos. De vez em quando chegam alguns bilhetes, notícias vagas dando-nos conta de seu paradeiro.

Por enquanto, falamos em nome da família. O problema aqui é a falta de consenso. Um irmão acha que pessoas morrem, criancinhas, mulheres, cachorros e casas desaparecem por causa do pecado. Segundo ele, tais pessoas andam fazendo coisas erradas ou, deixam de fazer "aquilo" que é certo. Bem, o fato de que pessoas boas ou certinhas morrerem também, deve-se, explica ele, ao efeito colateral (possíveis acidentes de percurso).

Outro, acha que é uma questão de fins dos tempos. O mundo vai acabar, diz a Bíblia, esses são os sinais (outros virão). Enfim, precisamos ter estômago para conviver com isso.

Vizinhos dizem que não podemos perder tempo com explicações, embora reconheçam omissões variadas (governo, sociedade civil, etc.), dizem que precisamos nos envolver com a ajuda, com o socorro, auxílio, reconstruções humanas e materiais.

E por enquanto, vamos orar...Afinal, como já dizia o velho Marx, isso nos alivia, nos dá uma sensação de que algo está sendo feito. Isso é o bastante?

- O horizonte está nos olhos, não na realidade!
Location:Curitiba