Na mitologia grega, Fobos é um dos filhos de Ares e Afrodite, simbolizava o temor e acompanhava seu pai nos campos de batalha. Seu objetivo era impingir nos adversários a covardia e o medo, fazendo-os fugir. Fobia (do Grego φόβος "medo"), pode ser definida como temor ou aversão exagerada ante situações, pessoas, lugares, objetos. No Brasil, especialmente, o termo é usado indiscriminadamente.
Certo tempo atrás, assistindo um reality show, a partir de um diálogo aparentemente de afirmação de posturas, me deparei com um discurso velado, dando mostras de um tipo de comportamento que poderia classificar como outro tipo de fobia, a fobia para dentro. Sem nos perdermos em delongas sociológicas, sabemos que há uma tendência gregária (vá ao Aurélio) em sujeitos marginalizados. Para fins de defesa ou sobrevivência, sujeitos marginalizados ou em situações de risco, formam um grupo que, para com os de fora, assume uma bandeira comum, dando a falsa impressão que são todos iguais. Em momentos de descuido ou aparente tranqüilidade, como os eclipses, com um pouco de atenção, é possível perceber que a exigência legitima com os de fora, não é seguida a risca com os de dentro.
Políticas e discursos à parte, a verdade é que o diferente nos assusta, nos apavora, nos ameaça. Somos capazes perfeitamente de assumir bandeiras e causas em campos de batalhas de forma corajosa e aguerrida e, corremos sem nenhum pudor das bandeiras e causas internas, com os que, pelo menos por um momento, são nossos iguais.
Intrafobia, para medir palavras, é o reconhecimento de que no fundo (por mais difícil que isso possa parecer para muitos)somos todos iguais, humanos, independentemente de nossas etiquetas, demasiadamente humanos.
- O horizonte está nos olhos, não na realidade!